Os jornalistas Erick Rianelli e Pedro Figueiredo, vítimas de homofobia em 2021. Foto: Reprodução/Instagram
violência

LGBTfobia está entre as violências sofridas por jornalistas, em 2021

De acordo com um levantamento da Abraji, em 2021 foram registrados nove ataques LGBTfóbicos contra jornalistas

De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) para monitorar violência de gênero relacionados à profissão, em 2021 foram registrados nove ataques LGBTfóbicos contra jornalistas do país. Os números foram divulgados no último dia 8 de março e fazem parte de um trabalho realizado pela entidade com foco em violações da liberdade de imprensa.

No monitoramento, foram contabilizados 89 jornalistas e meios de comunicação alvos de 119 ataques, entre agressões, ofensas, ameaças e intimidações. Isso representa quase 10 casos por mês. Os dados incluem ataques envolvendo identidade de gênero, sexualidade, orientação sexual, aparência e estereótipos sexistas, além de episódios de agressão contra comunicadoras.

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Entre os registros da Abraji estão oito ataques homofóbicos e um transfóbico. Um deles é o episódio em que o padre Paulo Antônio Müller, de Tapurá (MT), fez comentários preconceituosos sobre um vídeo dos repórteres da TV Globo Erick Rianelli e Pedro Figueiredo, que são casados, no Dia dos Namorados. Durante uma missa, Müller disse que a declaração do casal era “ridícula” e os xingou de “viadinho”. Em dezembro, o juiz Bruno César Singulano França rejeitou a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), afirmando que o religioso tem direito à “liberdade de expressão”.

O ataque transfóbico notificado pela Abraji é contra a jornalista baiana Alana Rocha, apresentadora do Jornal da Gazeta FM. Ela informou à Associação ter sofrido ofensas e perseguição de um funcionário da prefeitura de Riachão do Jacuípe (BA), Manoel Mascarenhas, em 1º de novembro de 2021. “Tudo isso apenas por exercer minha profissão de JORNALISTA com dignidade, honra, respeito e total IMPARCIALIDADE”, escreveu Rocha em uma rede social.

Monitoramento

O monitoramento feito da Abraji mostra que os ataques de gênero relacionados à profissão mais comuns são feitos através de discursos estigmatizantes e ataques verbais com o objetivo de difamar e desacreditar as vítimas. A maioria dos agressores são internautas em 51,7%, e em 36,1% são autoridades.

Homens estão envolvidos em 91,3% dos ataques, e, em 53,3% dos episódios promovidos ou instigados por eles, há violência explícita de gênero – marcados por insultos baseados em sexualidade, orientação sexual, aparência e identidade de gênero.

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